No dia 28 de agosto desci cheia de sacolas e virei à direita rumo à praia. Estava atrasada, então seria melhor pegar o ônibus que vai pela orla.
Foi bem rápido, não sei bem porque algo me fez olhar para a esquerda. De pé, um motorista de táxi lustrava o seu carro. Sorridente, me acenou. Acho.
Talvez tenha sido uma questão de simpatia, não sei, mas num relance, mudei de idéia e resolvi ir de táxi. Sacolas, pressa, noite de maresia.
Quasei não troquei palavras com ele, um amigo ligou e a conversa foi inesperadamente longa. Na saída, me desejou "saúde e paz", que eu agradeci e retribui.
Apenas quando cheguei ao restaurante é que me dei conta de que havia perdido o celular. Foi tudo tão rápido, que devo ter deixado cair no banco ao sair do táxi e nem percebi. Mas àquela altura o motorista já estava bem distante dali. Ainda voltei com uma amiga e procurei pelo chão cinzento da rua. Tudo tão perto. Tudo tão rápido.
Adoro descer do ônibus quando vou trabalhar e ouvir, não raro, o motorista se despedir com um "vai com Deus". Ah, vou. Ah, vamos.
É uma espécie de namastê tupiniquim.
O fim da história, nem preciso contar, né? É claro que caras que te desejam "saúde e paz" dão um jeito de devolver celulares esquecidos. Ainda que estes tenham senha e suas baterias estejam arriadas.
Olha, eu não fiquei surpresa, não. O que não diminuiu em nada a minha gratidão.
Imagem
"Zigzag e Zebra", acrílico sobre tela de Fernando Mendonça
http://www.jornalpequeno.com.br/2008/5/30/Pagina79634.htm
http://www.ma.gov.br/2008/5/30/Pagina5528.htm
1 comment:
good news!
É um banho de esperança ver pessoas como esta documentadas e ilustradas com tanta beleza e em mais de uma língua.
Um grande abraço do
Nando
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