O mesmo sol que abre os céus
É um mito brilhante e mudo.
F.P.
Flagrantes breves do Festival do Rio. Bem à nossa frente as moças na fila preparavam o cartaz-coração para Agnès Varda, que estaria presente na sessão do seu (ótimo) filme "As praias de Agnès." Cada letra era colada com um pedaço de uma espécie de fita durex colorida.
Enquanto colavam a última letra, um E, Agnès chegou e zum, zuniram as meninas ao seu encontro. Quis o acaso que elas fossem as primeiras na direção de Agnès. Espocaram flashes, a multidão a cercou e a engoliu. Não por acaso, o filme, um doc autobiográfico, retrata em certo ponto exatamente essa mesma cena, Agnès engolida por uma multidão de fotógrafos em uma vernissage.
As duas primeiras fotos foram feitas com o meu celular, sendo que a segunda ficou sem nitidez(!). O autor da última deve ter sido provavelmente algum fotógrafo oficial do Festival (encontrei hoje em um banner no site da mostra).
Em outros tempos, muitos, não presentes, veriam a última foto, mas pouquíssimos conheceriam o modus operandis do cartaz, tampouco quem foram as mentoras da foto Agnès-ganha-coração.
Bacana!
O filme é uma delícia. O início, genial. Nunca vi nada filmado tão próximo do que possa ser o mar.
Nunca fiz fotos de tietes desenhando corações. Nunca Dr. Jekyll & Mr. Hyde. Nunca soube responder a tudo. Mas sei perguntar um pouco.
O que é de quem? Agnès Varda não perde por esperar. Elle nos aime, diz o filme, a foto, o cartaz.
Coração, preciso correr.
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