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Friday, 3 July 2009

A quem pertence?

Saudades da Ilha Grande "Como o budismo pode ajudar as pessoas a lidar com a crise econômica?

A crise é um reflexo de um sistema que seguimos no nosso dia a dia - lidamos como os sintomas, não com as causas. Se a pessoa está com dor de cabeça, toma um remédio. Esquece que não dormiu o bastante ou que tem uma alimentação inadequada. Se há violência na sociedade, as pessoas investem em segurança e fazem vista grossa às desigualdades. Resolve-se o sintoma num ponto, mas rapidamente ele aparece em outro.

A crise surgiu porque o sistema econômico não é sustentável. Não se pode manter um estado de bem-estar e crescimento que depende do sofrimento de outras pessoas - 3 bilhões vivem abaixo do nível de pobreza e 2,5 bilhões são pobres. É um sistema que depende do uso ilimitado de recursos esgotáveis. O bem-estar da sociedade é erroneamente associado ao bem-estar econômico e a avaliação da economia é baseada na estabilidade e poucos países ricos. A crise é consequência do egoísmo, da ganância pelo consumo e de um ponto de referência de sucesso no acúmulo de bens e dinheiro. O colapso do sistema está no início. A solução que está sendo colocada continua olhando apenas o sintoma, não a raiz do problema."

Trecho da entrevista do Lama Michel Rinpoche à Revista Planeta, julho de 2009.

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Recentemente li um interessantíssimo artigo de Lala Deheinzelin sobre a necessidade urgente de mudarmos os índices que mensuram a economia, que andam considerando apenas os "valores tangíveis", quando somos movidos em grau muitas vezes maior por "valores intangíveis" (bem-estar, por exemplo) e que, por não serem "remuneráveis", não são considerados como índices de mensuração da riqueza econômica.

Bem como o recado aí de cima do Lama Michel. É verdade, investimentos em mercados financeiros (especulação, dinheiro que gera mais dinheiro) seriam apenas plausíveis e razoáveis em um planeta onde não houvesse um único ser humano miserável, o que dirá quase que um continente inteiro, como a África.

Outra reflexão que ando fazendo. Parte da mídia tradicional anda se queixando do território livre da internet, onde compartilhamos "suas" notícias sem lhes pagar direito autorais.

Mas, juro, realmente, pra mim é muito difícil "captar" que lógica é essa. Não entendo. A quem pertence o que Lama Michel disse? Apenas a ele mesmo e àqueles que compraram ou emprestaram a revista?

Putz, não, né? Suas palavras representam um bem intangível, um bem comum. Que bom que, graças à internet e às novas mídias, um número maior de pessoas podem ter acesso a elas. (Como seria, por exemplo, se o Lama achasse que a ação transformadora de "sua" sabedoria nas pessoas devesse ser remunerada?)

Mas ainda bem que não, isso não faz sentido algum.

Precisamos repensar a economia.

Friday, 3 April 2009

Hey, Chica, deixa o gato em paz!

Onde o cão e o gato se encontram, capa de disco de Cat Stevens aqui no good news É muito fácil ser incompreendido pela minha crença, talvez por isso tenha decidido ficar longe de tudo por tanto tempo. Mas amo o que faço, e é importante estar em contato com as pessoas, buscar essa harmonia que hoje parece tão difícil. Criar nunca é destrutivo. O caminho que escolhi confunde as pessoas, mas meu mundo é amplo e sem fronteiras. A paz é um objetivo universal.

Yusuf Islam (ex-Cat Stevens, ex-Steven Demetre Georgiu)
em entrevista ao Segundo Caderno, O Globo, 03/04/2009
Imagem

Sunday, 31 August 2008

A mesma para mim, para você

Alguns trechos da entrevista de Karla Monteiro com o cantador de mantras Krishna Das, que andou se apresentando recentemente aqui no Rio.


"Karla: Por que um americano, nascido em Nova York, resolveu se embrenhar na cultura indiana?
Krhisna: Eu tinha 23 anos e estava extremamente infeliz.
Sou de Nova Iorque. Todo nova-iorquino é louco. Eu era um deles. Um dia um amigo me falou de um guru no norte da Índia. Fui e fiquei com esse guru por três anos.

Karla: O que encontrou lá que não tinha em Nova Iorque?
Krishna: Amor. Nos Estados Unidos, amor é business. Você só dá se tiver de volta. No ashram (retiro), eu fui exposto ao amor incondicional.
Meu guru amava como o sol brilha. O ensinamento dele era esse. A convivência me transformou de tal maneira que voltei para Nova Iorque com a sensação de que havia saída para esse vazio enorme que a gente carrega por aí e preenche, no caso dos Estados Unidos, com consumo.


(...)

Karla: E o que é a felicidade?
Krishna: Para mim é o bastante saber que posso me conectar com esse sentimento que chamo de amor incondicional. Não preciso de ninguém para fazer isso para mim. A cultura ocidental transfere a felicidade para algo fora. No Oriente, busca-se dentro. E quando se acha, ela é a mesma para mim, para você.
O Ocidente vive dos sentidos, dos pensamentos, das experiências.
O Oriente, da presença onde esses sentimentos e experiências se
materializam."

Assista a uma apresentação de Krishna Das:
http://www.youtube.com/watch?v=lxXfI6lbXPU

Fonte:Revista O Globo, 31/08/2008, págs 16 e 17