Sunday, 12 July 2009

É muito bom saber, amigo

Roberto Carlos é um cara que vende muitos discos. Erasmo Carlos nem tanto.

Esse frase inicial não tem nenhuma importância. Graças a Deus. O que se vê nesse vídeo é uma demonstração pública e desinteressada de amizade sincera e profunda. Além disso, é um baita exemplo em uma era bobinha, onde as pessoas correm pra dar valor ao que parece ter valor. Ora, o que tem valor de verdade, vamos combinar, não é mensurável, pois quando somos todos iguais e, sim, somos, não existe como e porque competir, comparar; o que existe é harmonia, unidade e amor.

Roberto e Erasmo, adorei, bicho, obrigada... Lindo!

PS Retórico - Não preciso lhe dizer, tudo isso que eu te digo, mas é muito bom saber que eu tenho um grande amigo.

Saturday, 4 July 2009

Womanly

Ando burilando um certa exuberância intermitente, que além de cair bem, me coloca a par do barulho que a chuva grossa faz na mata.

Por ser inconstante, a exuberância, vem em surtos e sem cerimônia instala-se; não tarda os surtos ficam espaçosos, despreguiçosos alongam-se no bote da canícula do verão; assim me tomam por inteira. Peço perdão, ando womanly ultimamente. Os sonhos têm dito assim. Resisto à reforma ortográfica. Nunca vai haver Maicosuéis, Suelens, Tins, Tons e Tais em terras lusófonas?

Os outros - uns gostam, embarcam; outros nem tanto e há ainda aqueles que se espantam. Como eles sou eu, sendo múltlipa até o talo, o gigantismo faz a festa e se multiplica.

Ah, isso então. Me vejo em tudo; estou, nesses momentos, em tudo. Sou tudo. Baita bom.

Disso tudo, sem em nada desprezar o sumo, porém indescritível, cuspo alguns caroços. Um foi sonho: quatros moças prenhas encontram-se em um ponto cardinal de suas barrigas. Cada uma debulha-se em um aspecto de estar prenha. Naturais, possíveis, adoráveis, o quatrilho são aspectos meus? É espelho? É o mundo se renovando? Baita bom.

Outro caroço de fruta. O mar está de um azul produndo, encarneirado por causa do vento forte nesse julho de 2009. Revolto em si mesmo engendra uma multidão de ondinhas brancas que, desafiando a gravidade, buscam as alturas como pirâmides azuis escuras. Nada disso impede, porém, que a onda mais bojuda busque se agigantar e irrompa em direção às franjas de São Conrado rasgando o espaço em fenômeno de interseção de vários elementos. Suas cristas luminescentes e aquosas permitem que o vento as empurre para trás, bem como que o sol do meio-dia ali imiscua-se, iniciando (aonde mesmo?) um arco-íris, que persegue as gotas que o vento carrega na direção contrária. De tirar o fôlego. Baita bom.

Peço perdão, ando womanly ultimamente.

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Vídeo no YT: Time lapse in Rio de Janeiro

Friday, 3 July 2009

A quem pertence?

Saudades da Ilha Grande "Como o budismo pode ajudar as pessoas a lidar com a crise econômica?

A crise é um reflexo de um sistema que seguimos no nosso dia a dia - lidamos como os sintomas, não com as causas. Se a pessoa está com dor de cabeça, toma um remédio. Esquece que não dormiu o bastante ou que tem uma alimentação inadequada. Se há violência na sociedade, as pessoas investem em segurança e fazem vista grossa às desigualdades. Resolve-se o sintoma num ponto, mas rapidamente ele aparece em outro.

A crise surgiu porque o sistema econômico não é sustentável. Não se pode manter um estado de bem-estar e crescimento que depende do sofrimento de outras pessoas - 3 bilhões vivem abaixo do nível de pobreza e 2,5 bilhões são pobres. É um sistema que depende do uso ilimitado de recursos esgotáveis. O bem-estar da sociedade é erroneamente associado ao bem-estar econômico e a avaliação da economia é baseada na estabilidade e poucos países ricos. A crise é consequência do egoísmo, da ganância pelo consumo e de um ponto de referência de sucesso no acúmulo de bens e dinheiro. O colapso do sistema está no início. A solução que está sendo colocada continua olhando apenas o sintoma, não a raiz do problema."

Trecho da entrevista do Lama Michel Rinpoche à Revista Planeta, julho de 2009.

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Recentemente li um interessantíssimo artigo de Lala Deheinzelin sobre a necessidade urgente de mudarmos os índices que mensuram a economia, que andam considerando apenas os "valores tangíveis", quando somos movidos em grau muitas vezes maior por "valores intangíveis" (bem-estar, por exemplo) e que, por não serem "remuneráveis", não são considerados como índices de mensuração da riqueza econômica.

Bem como o recado aí de cima do Lama Michel. É verdade, investimentos em mercados financeiros (especulação, dinheiro que gera mais dinheiro) seriam apenas plausíveis e razoáveis em um planeta onde não houvesse um único ser humano miserável, o que dirá quase que um continente inteiro, como a África.

Outra reflexão que ando fazendo. Parte da mídia tradicional anda se queixando do território livre da internet, onde compartilhamos "suas" notícias sem lhes pagar direito autorais.

Mas, juro, realmente, pra mim é muito difícil "captar" que lógica é essa. Não entendo. A quem pertence o que Lama Michel disse? Apenas a ele mesmo e àqueles que compraram ou emprestaram a revista?

Putz, não, né? Suas palavras representam um bem intangível, um bem comum. Que bom que, graças à internet e às novas mídias, um número maior de pessoas podem ter acesso a elas. (Como seria, por exemplo, se o Lama achasse que a ação transformadora de "sua" sabedoria nas pessoas devesse ser remunerada?)

Mas ainda bem que não, isso não faz sentido algum.

Precisamos repensar a economia.