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Monday, 29 June 2009

Nascer do sol em Plutão

Café da manhã em Plutão Foto de Romeo Silva Filho (do blog amigo Tempere com Alegria),
tirada em uma plataforma no Oceano Atlântico
(ah, não vi esse nascer do sol, eu estava em Plutão e o sol brilhava).

Como exemplo de verdade relativa e absoluta, considere o nascer e o pôr-do-sol.
Somente da perspectiva de um observador que esteja na superfície da Terra (ou próximo a ela) é que o sol nasce e se põe.
Distante no espaço, veria que o sol brilha sem parar.
Autor: Eckhart (é claro!) Tolle, em "Um Novo Mundo"

Depois de passar uma noite iluminada junto aos generosos raios do sol, não hesitei em prolongar a viagem e fui tomar café da manhã em Plutão, onde todas as línguas são compreensíveis e diploma não se usa (portanto lobbies de empresas jornalísticas contra a sua obrigatoriedade são inócuos; no espaço todos são possíveis). O cardápio: blueberries (ó, não sei como se diz em português; mirtilo, talvez?) com creme chantilly, croissants quentinhos de brie com um pouco de damasco, suco de abacaxi com hortelã, café pingado do bom, prana à vontade e uma toalha quadriculada branca e vermelha. O cheiro era o da Mata Atlântica e as companhias agradabílissimas. Os meninos de Sigur Rós passaram por nós. Eu os segui e aqui estou, com vocês. Até agora.

Saturday, 20 June 2009

Uma luz visível

An Invisible Light from MUZIEKTELEVISIE.NL on Vimeo.

"Ao erguer os olhos para o céu claro à noite, você pode compreender com a maior facilidade uma verdade que é ao mesmo tempo simples e extraordinariamente profunda. O que é que você vê lá em cima? A Lua, os planetas, as estrelas, a faixa luninosa da Via Láctea, quem sabe um cometa ou até mesmo a vizinha Galáxia de Andrômeda a 2 milhões de anos-luz. Sim, mas simplificando ainda mais, o que você vê? Objetos flutuando no espaço. Então, o que forma o universo? Objetos e espaço.

Se você não fica sem palavras ao voltar seus olhos para o céu numa noite clara, então não o está observando de verdade, não está consciente da totalidade do que há ali. Provavelmente, está focalizando apenas os objetos e talvez tentando nomeá-los. Caso alguma vez você tenha se maravilhado ao olhar para o espaço - e talvez até sentido um profundo respeito diante desse mistério incompreensível -, isso mostra que abandonou por um momento seu desejo de explicar e rotular e se tornou consciente não só dos objetos como da profundidade infinita do espaço em si mesmo. Deve ter permanecido silencioso o bastante em seu interior para notar a vastidão em que esses mundos incontáveis existem. O sentimento de admiração não decorre do fato de que há bilhões de mundos ali, mas da profundidade que contém todos eles.

Não conseguimos ver o espaço, é claro. Também não podemos ouvi-lo, tocá-lo, nem sentir seu gosto e seu cheiro. Então, como somos capazes de saber que ele existe? Essa pergunta aparentemente lógica contém um erro fundamental. A essência do espaço é a imaterialidade, portanto ele não "existe" no sentido convencional da palavra. Apenas as coisas - formas - existem. Até mesmo chamá-lo de espaço pode ser enganador porque, ao nomeá-lo, nós o transformamos num objeto.

Vamos considerar da seguinte maneira: existe algo dentro de nós que tem afinidade com o espaço, e é por isso que somos capazes de ter consciência dele. Consciência dele? Isso não é totalmente verdadeiro também porque, como podemos ter consciência do espaço se não existe nada lá de que possamos ter consciência?

A resposta é ao mesmo tempo simples e profunda. Quando estamos conscientes do espaço, não estamos de fato conscientes de nada, a não ser da consciência em si - do espaço interior da consciência. Por nosso intermédio, o universo vai se tornando consciente de si mesmo!

Quando o olho não econtra nada para ver, essa imaterialidade é entendida como espaço. Quando os ouvidos não encontram nada para escutar, essa imaterialidade é compreendida como silêncio. Quando os sentidos, que existem para perceber a forma, encontram a ausência da forma, a consciência sem forma que está por trás da percepção e torna possível toda percepção, toda experiência, não é mais obscurecida pela forma. Quando contemplamos as profundezas insondáveis do espaço ou escutamos o silêncio nas primeiras horas do dia logo após o nascer do Sol, alguma coisa dentro de nós faz eco a isso como um reconhecimento. Então sentimos a enorme profundidade do espaço como nossa e sabemos que esse precioso silêncio que não tem forma é mais essencialmente nós mesmos do que qualquer das coisas que formam o conteúdo da nossa vida.

Os Upanixades, os antigos textos sagrados da Índia, referem-se a essa mesma verdade com as seguintes palavras:

O que não pode ser visto pelos olhos, mas por meio do qual os olhos podem ver, é unicamente Brama, o Espírito, e não o que as pessoas aqui adoram. O que não pode ser escutado pelos ouvidos, mas por meio do qual os ouvidos são capazes de ouvir, é unicamente Brama, o Espírito, e não o que as pessoas aqui adoram... Aquilo que não pode ser compreendido pela mente, mas por meio da qual a mente consegue pensar, é conhecido unicamente como Brama, o Espírito, e não o que as pessoas aqui adoram."

Fonte:
Trecho de "Um novo mundo" de Eckhart Tolle, capítulo "No universo exterior assim como no universo interior", Editora Sextante, pág 191.

Esse trecho de Um novo mundo também está disponivel do Scribd


Tuesday, 21 April 2009

Abelhas nunca são poucas

"Hoje eu vi uma abelha viver e isto me basta para o resto da vida."
Antonin Artaud, citado por Nise da Silveira, citada por mim, lido por você!

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To make a prairie

To make a prairie it takes a clover and one bee,
One clover, and a bee.
And revery.
The revery alone will do,
If bees are few.

Emily Dickinson, 1755

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Para fazer uma pradaria

Para fazer uma pradaria toma-se um trevo e uma abelha,
Um trevo, e uma abelha, e devaneio.
O devaneio sozinho serve
Se abelhas são poucas.

Emily Dickinson, tradução de Werneck

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Abelhas nunca são poucas. Formigas não me mordem em Charitas. Adoro Emily Dickinson. E eu acho que usar blind copy (cópia oculta, ok, baby, você tem razão) em email é uma covardia. Gosto de transparência. O que é, é. Tenho vivido muito agora. Isso é uma grande descoberta. Abissal. Chove e hoje é hoje. Uh! Me divirto com panos para manga pelo avesso. Eles estão sendo sugados para dentro da minha simplicidade. Sou. Somos.

Há três anos tive um sonho. Um pássaro preto voava embaixo de mim. Nas alturas dos céus, me forçava a voar mais alto. Quanto esforço! Eu era um pássaro branco assustado, mas corajoso. Os arquétipos se embaralharam e me trouxeram kalyug. O pássaro não é mais branco. O pássaro é colorido.

bella em progresso, 21 de abril de 2009

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"Então meu propósito é me sentar no meu escritório pelos próximos 30 anos até me aposentar ou ser posto para fora?

Você não está no seu escritório agora, portanto esse não é seu propósito. Quando você se senta lá e faz qualquer coisa que seja, esse é o seu propósito. Não para os próximos 30 anos, mas naquele momento."

Eckhart Tolle em "Um novo mundo", pg 227

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Abelha voando em slow motion

It´s a new dawn and I´m feeling good

Monday, 16 March 2009

O poder do agora

Mafalda também é filosofia aqui no good news"Onde quer que você esteja, esteja lá por inteiro. Se você acha insuportável o seu aqui e agora e isso lhe faz infeliz, há três opções: abandone a situação, mude-a ou aceite-a totalmente. Se você deseja ter responsabilidade sobre a sua vida, deve escolher uma dessas opções e deve fazê-lo agora. Depois, arque com as conseqüências. Sem desculpas. Sem negatividade."

"Imagine a Terra sem a vida humana, habitada apenas por plantas e animais. Será que ainda haveria passado e futuro? Será que as perguntas “que horas são?” ou “que dia é hoje?” teriam algum sentido para um carvalho ou uma águia? Acho que eles ficariam intrigados e responderiam: “Claro que é agora. A hora é agora. O que mais existe?”

"O futuro é um Agora imaginado, uma projeção da mente. Quando o futuro acontece, acontece como sendo o Agora. Quando pensamos sobre o futuro, fazemos isso no Agora. Obviamente o passado e o futuro não têm realidade própria."

Eckhart Tolle em “O Poder do Agora” e auxílio luxuoso da blogosfera.

Dedico este post a uma grande amiga que hoje serenamente partiu para um outro plano. Da sua terceira margem do rio, de onde agora nos vê e nos vela - sempre sábia, forte, alegre, ó tão querida amiga, que sinta e saiba o quanto lhe sou grata pela sua passagem por este agora, pela sua paz e pelo seu amor eternos.