Saturday 24 April 2010

Laki e Katla: vulcões, modo de usar

Monte Fuji, de Katsushika Hokusai, 1834 Monte Fuji, de Katsushika Hokusai, 1834

Em 1783, o vulcão islandês Laki entrou em erupção por um ano. Seguiu-se um inverno atipicamente rigoroso que arrasou a colheita na França. Mas não houve, à época, quem fizesse relação entre esses fatos.

Já o que aconteceu em 1789 é figurinha fácil em qualquer livro de história: Revolução Francesa e queda de Luís XVI.

Embora a relação de causa e efeito entre os fatos acima hoje faça um baita sentido, o rei nunca sequer ouviu falar do Laki. Ou seja, no séc XVIII a natureza já cobrava a sua conta, mas não havia a consciência disso, nem individual, tampouco coletiva.

Uma das teorias sobre o fim dos dinossauros dá conta de que há 65 milhões de anos, depois de um período de milhares de anos com erupções vulcânicas intensas, teria havido uma obstrução da passagem da luz do sol, o que teria causado a morte da maioria das plantas e, consequentemente, dos animais, inclusive os dinossauros. Ou terá sido o tal meteoro gigante?

Chegamos por fim a 2010, o Eyjafjallajokull desperta na Islândia e dá um nó no tráfego aéreo europeu, porque os aviões foram projetados em uma época em que os vulcões estavam adormecidos.

Toda vez, dizem, que o Eyjafjallajokull desperta, o Katla, dez vezes mais brabo que ele, também desperta. Mas os vulcões, também andam dizendo, são de natureza imprevisível.

O fim da história eu não conto, simplesmente porque eu não faço a menor ideia do que vai acontecer. E você, tem alguma?!

Fontes:
"Um rei levado pelas cinzas", por Fernando Duarte, O Globo, Ciência, 24/04/2010, pág 24
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