Friday 11 September 2009

Síndrome de uma taturana

Síndrome de uma taturana Síndrome de uma taturana à beira do verão, ou isto.

Há dias em que basta um bafejar - oh God, que palavra! - para que tudo seja oblação. Hoje sorri e olhei com força descomunal, respirei. Lá do fundo as entranhas intraduzíveis dissolveram-se bem à minha frente, bem ao que é o meu redor e que é também o grande éter. Fácil assim, simples assim. Gostei de sorrir pra você de verdade. Olha, foi a primeira vez que fiz isso. Me venci?

Agora o resto, o resto são taturanas, borboletas (adoro, principalmente as azuis), abelhas (principalmente as que acompanham o fantasma de Emily Dickinson), sementes de sucupira, filhotes de Chihuahua com 10 meses de idade (principalmente os que andam em Copacabana de coleira rosa acompanhados de seus donos gringos também sorridentes), aqui entraria um ponto e vírgula, mas não sei, não, estou completamente rendida ao caos da web semântica, estou pensando que é mesmo uma grande coincidência o cachorro se chamar Mini (não sei se é macho ou fêmea), estou quase pasma por eu ter resistido até o último suspiro tomando esse tranco todo e, urticante que fosse a circunstância, ter segurado as pontas, pois que agora re-emerjo, se é que isso existe, a palavra, transbordo, mas é diferente, zuni na espiral em movimento ascendente, senti na pele o que é na real colher da árvore o fruto, mas à vera, é mesmo como canta a canção, a terra tem cio, pois que trabalhei enfurecida com as invariáveis volúveis da tal equação, soltei o verbo, abusei do tom, silencei (os peixes às vezes ficam mudos), silenciei (ah, os peixes), silenciei, ah as garatujas, os grunhidos e a vastidão dos seres, ah, hoje enfim encontrei o tom, nem obtuso, nem neutro, nem chinfrim, tampouco soberbo, ah, o tom, retomei devagarinho (valei-me Martinho), cheguei aqui, o único lugar onde é possível estar nessa lentidão incontrolável de mim mesma veloz.

O único lugar em que é possível estar. Caramba!

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