Sunday 28 September 2008

Vocês, os vivos | You, the living

Homepage do site do filme Vocês, os vivos, de Roy Andersson, publicada no blog good news de Isabella Lychowski Putz, filmaço! Há anos não vejo um filme assim, tão na veia. Vi no Festival do Rio. O filme é do Roy Andersson, de 2007.

"Vocês, os vivos" fala de nós mesmos, os vivos, do que temos feito e do que precisamos mudar em nosso modus operandis para tornar o mundo melhor (para nós mesmos, cara pálida!). O cara é fera. Mata a cobra e mostra o pau, pero sin perder la ternura jamás. Ou ainda que a perca vez ou outra aqui e ali (já que ninguém é de ferro), decerto a reencontra acolá nos sonhos (presentes e futuros) e na vida, movendo prédios, homens e esperanças, de olhos sempre bem abertos. Ganha sobretudo ao não se levar a sério e ao propor um marco zero com a sua descontrução que não deixa pedra sobre pedra.

Eu diria que o filme é um mix de David Lynch, Dogma e Jos Stelling ("O Ilusionista"*). Na web, por aí, há quem cite (apropriadamente) Tatit, Bergman e Buñuel. O mundo mudou de lá pra cá, é vero. Mas isso também está no filme. Não foi uma única vez que ouvimos alguém na platéia deixar escapar o seu, o nosso "que horror!". Caramba. Como diria a canção, "e o Redentor, que horror, que lindo". Em contrapartida (?), as gargalhadas foram generalizadas.

Às vezes, nós, os vivos, exageramos em sermos totalmente ridículos em nossas ganâncias egocentradas e falhamos crassamente no que poderia ser o nosso maior trunfo e o nosso melhor legado, a percepção do outro como nós mesmos. O que não diminui em nada as nossas chances de redenção. Roy que o diga. Reinventemo-nos!

"Amanhã será um novo dia".

Sinopse:
Composto de vinhetas em quadro fixo, o filme observa o comportamento humano. Sem seguir uma estrutura tradicional, a narrativa acompanha homens e mulheres que vivem situações banais e repetitivas do cotidiano. Do homem bom ao miserável, da alegria ao sofrimento, da autoconfiança à ansiedade. Desta forma, vemos uma garota apaixonada, empresários, donas de casa, criminosos, bêbados... Exibido na mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes 2007.

Biografia do diretor:
Nasceu em 1943, na Suécia. Seu primeiro longa-metragem, A Swedish Love Story, foi exibido no Festival de Berlim 1970. Giliap, seu segundo longa, foi exibido na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes 1976. Passou então a dirigir comerciais e, em 1981, fundou o Studio 24, produtora independente de filmes e livros. Em 2000, seu longa Canções do Segundo Andar, ganhou o Prêmio Especial do Júri no Festival de Cannes.

"You, the living", English version, por supuesto

Screenshot of a You, the living Roy Andersson´s film webpage, published on blog good news, by Isabella Lychowski

Plot:

Composed of vignettes in single takes, the film "You, the living" (Roy Andersson, 200&) looks at human behavior. The untraditional narrative follows men and women in their humdrum daily lives. From the good to the miserable, from joy to suffering, from self-confidence to anxiety. We meet a love-struck girl, businessmen, housewives, outlaws, drunks... Screened in Un Certain Regard at Festival de Cannes 2007.

Roy´s biography:

Born in 1943 in Sweden. His first feature, A Swedish Love Story, was screened at Berlin Film Festival in 1970. Giliap, his second feature, was screened in the Directors’ Fortnight at Festival de Cannes 1976. He went on to direct commercials, and in 1981 founded Studio 24, an independent film and book production company. In 2000 his feature Songs From the Second Floor won the Jury Prize at Festival de Cannes.

A revealing short film on the shooting of "you, the living" (You Tube).

No comments: